Entre os ramos cobertos de flores havia uma espécie de vão, uma fresta, uma porta, e eu fui entrando por ela até ficar dentro daquela coisa colorida. Era escuro lá dentro. Era cheio de galhos trançados e torturados, e muito escuro, e muito úmido, parecia assim ter feito uma grande dor ali cravada naquele centro cheio de folhas apodrecidas e flores murchas no chão. Pelo vão, pela fresta, pela porta eu conseguia ver o sol lá fora. Mas aquele lugar era longe do sol. Era uma coisa, uma coisa assim desesperada e medonha, você me entende? Então pensei em sair lá de dentro imediatamente, sem olhar para trás, mas ao mesmo tempo que queria ir embora, queria também ficar para sempre lá, e se me descuidasse, se alguma coisa mínima em mim perdesse o controle eu me encolheria ali naquele chão frio, olhando os galhos tão emaranhados que não passava nunca um fio daquela luz do sol lá de fora. — Caio Fernando Abreu.
Coração ferido mais uma vez levante você mesmo para que chorar? Pedaços quebrados em suas mãos, desejo saber como você o fará inteiro. Você sabe ,você ora, esta não pode ser a melhor forma você chora ,você diz, que alguma coisa precisa mudar e consertar este coração de porcelana que é meu. Alguém diz: "Um coração ferido pode ferir uma vez, mas fará você ficar forte" Você quer saber o por quê que esta dor continua ? Será que os corações inteiros foram feitos somente para serem quebrados?
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